Manifesto pelas Identidades e Famílias: Portugal Plural – João Costa

Livro Físico

Hoje somos um Portugal livre. Hoje somos um Portugal plural. E, quando nos relacionamos e nos abrimos à relação, a nossa identidade faz-se mais rica, porque se torna nas identidades dos nossos pares, dos nossos concidadãos. Hoje somos um Portugal plural. Somos o Portugal das centenas de línguas que se falam nas nossas ruas.

Para alguns, as convicções são tão fortes que não querem mesmo dispôr-se ao exercício da empatia. São pessoas mais tristes e mais incompletas, apesar de profundamente convictas. Pelo menos, já que não querem ser empáticos, sejam simpáticos para não serem só bonzinhos superficiais ou para não se afundarem na maldade de um ódio proferido. Aceitem que há outros olhares, porque a identidade não é única. Permitam-se a humildade de perceber que também somos muitos os que não querem o vosso olhar único, porque rejeitamos a vossa indiferença, o vosso desprezo e o vosso ódio. Compreendam que a vossa singularidade contrasta fortemente com o nosso pluralismo. Talvez seja pedir-vos muito. Talvez não queiram o olhar do outro porque vos é demasiado exigente e trabalhoso. Mas não é a vossa preguiça que vai anular todas as identidades.

João Miguel Marques da Costa nasceu em Lisboa a 4 de novembro de 1972. Doutorado em linguistica, é professor catedrático e membro do Partido Socialista Português.

Manifesto pelas identidades e famílias foi escrito em resposta a outras obras recentes que, como já sabem, não citamos aqui. No entanto, eu diria que é mais que isso: Manifesto pelas identidades e famílias foi escrito também como uma obra resposta ao ódio crescente que vemos no nosso país e no mundo. Com o aumento dos regimes de extrema direita, dos partidos opressores e do ódio generalizado, este género de obras e estas temáticas são cada vez mais importantes. É urgente falar sobre igualdade e liberdade.

Manifesto pelas identidades e famílias é, acima de tudo, um livro sobre igualdade e liberdade. Através de um discurso coerente, bem fundamentado e acessível a todos o autor fala sobre direitos e deveres, liberdades e igualdades; fala sobre a sociedade que nos cerca e as suas multiplas facetas e sobre a importância de sabermos respeitar o espaço do outro e sermos respeitados. Em alguns momentos, é uma resposta clara, com contra argumentos claros, às referidas opiniões extremistas. Noutros pontos, torna-se um pouco mais emotivo e apela ao que de mais humano há em nós, à nossa empatia. Ensina, alerta e comove.

Um livro que recomendo imenso, que nos deixa a pensar não só em nós, nos outros e na sociedade em que vivemos mas também no perigo que corremos atualmente.

Muito, muito recomendado. Fundamental. 5*

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