“Mal teve consciência de si próprio, experimentou a sensação difusa que invadiu o seu corpo. Nesse momento, teve a noção do seu peso total: juntos, o peso do seu corpo, das suas culpas e da sua idade. Sentiu contra a face a dureza do chão pedregoso que tantas vezes, ao preparar os sermões, lhe tinha servido para conceber uma ideia precisa do caminho que conduz ao inferno.”

“Todas as ruas de todos os povoados conduzem inexoravelmente à igreja ou ao cemitério.”

Em Os Funerais da Mamã Grande Gabriel García Márquez traz-nos sete contos e uma novela. É um livro de histórias curtas, que se passam todas no mesmo mundo terra a terra e cheio de magia a que Gabo já nos habituou.

Este são contos que deixam no leitor um sabor de quero mais. Todos eles. Falta algo, um final, uma continuação, de tão bons que são. A obra devora-se de uma assentada, são histórias empoeiradas, em terras pobres no fim de nenhures. A magia que as cerca é uma magia humana, repleta de ratos mortos, preces sem resposta e medos supersticiosos.

Um livro fantástico que me faz querer ler cada vez mais obras deste autor. Só peca por ser tão curto.

Livros recomendado!

5*