“Sentia uma calma imensa depois de reviver o terror que acontecera havia ano e meio. Como se tudo precisasse mesmo de ser encarado sem medo, apenas como um facto da vida. Não escolhemos o que acontece connosco, mas podemos escolher a maneira de reagirmos aos que acontece.”
“E o medo, ao contrário do que muitos dizem, tem as suas raizes no passado. Alguns gurus do meu país afirmam: “Quando seguir em frente, terá pavor do que vai encontrar.” Mas como posso ter pavor do que vou encontrar, se ainda não experimentei a dor, a separação, a tortura interior ou exterior? “
“Que coisa boa poder amar. Entendia agora porque aquilo era tão importante para tanta gente, melhor dizendo, para toda a gente. (…) O amor derruba o opressor com a sua delicadeza, mata a sede de quem busca a água viva do carinho, mantém as portas abertas para que a luz e a chuva bendita possam entrar. E faz com que o tempo passe devagar ou depressa, mas nunca como passava antes – no mesmo ritmo, monótono, insuportavelmente monótono.”
Este é já conhecido como o mais autobiográfico livro de Paulo Coelho. Aqui o autor vem contar-nos parte da sua experiência hippie, quando viajou pelo mundo na sua juventude.
Quando comecei a ler este livro ia sem qualquer tipo de expectativas: Paulo tem livros extremamente bons, livros fantásticos. E depois tem outros de que eu não gosto absolutamente nada. É 8 ou 80, tudo ou nada. Por isso, não sabia o que esperar deste.
Agora que o li posso dizer que este não é um livro nem 8 nem 80. É um livro bem escrito sobre a geração hippie vista pelos olhos do autor. Um bom livro para quem quer compreender esse movimento, apesar de em nenhuma altura o autor se perder em explicações do que ele era exactamente. Há explicações, mas não em demasia. Ficamos a conhecer um pouco melhor os seus ideais, sem ser só “sexo e drogas”, mas não nos dá vontade de sermos hippies.
A escrita é muito boa, mas não é um livro tão profundo como alguns dos outros com que este escritor já nos brindou. É mais superficial, mais descritivo, sem enveredar muito pela espiritualidade, tocando-a apenas em alguns momentos da história. É mais um livro de memórias, mas um livro de memórias suficientemente bom para nos deixar com vontade de saber o que aconteceu a seguir.
Não vai entrar na minha lista de livros preferidos de Paulo Coelho, mas ainda assim é um bom livro. Leve e de leitura fácil, óptimo para ler neste tempo de férias e praia.
Livro recomendado.
Boas.
Olha, estou a ler o Alquimista e, surpreendente, estou a gostar muito. É daqueles livros para se ler devagar e provavelmente será daqueles que quando terminar, começarei de novo tal a quantidade de mensagens.
Beijinhos
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Olá! Ainda bem que gostas, fico contente 😀
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